Crit�rios diagn�sticos de dem�ncia, dem�ncia da doen�a de Alzheimer e comprometimento cognitivo leve devido � doen�a de Alzheimer
I. Crit�rios cl�nicos principais para o diagn�stico de dem�ncia (de qualquer etiologia)
1. Dem�ncia � diagnosticada quando h� sintomas cognitivos ou comportamentais (neuropsiqui�tricos) que:
1.1. Interferem com a habilidade no trabalho ou em atividades usuais;
1.2. Representam decl�nio em rela��o a n�veis pr�vios de funcionamento e desempenho;
1.3. N�o s�o explic�veis por delirium (estado confusional agudo) ou doen�a psiqui�trica maior;
2. O comprometimento cognitivo � detectado e diagnosticado mediante combina��o de:
2.1. Anamnese com paciente e informante que tenha conhecimento da hist�ria; e
2.2. Avalia��o cognitiva objetiva, mediante exame breve do estado mental ou avalia��o neuropsicol�gica. A avalia��o neuropsicol�gica deve ser realizada quando a anamnese e o exame cognitivo breve realizado pelo m�dico n�o forem suficientes para permitir diagn�stico confi�vel.
3. Os comprometimentos cognitivos ou comportamentais afetam no m�nimo dois dos seguintes dom�nios:
3.1. Mem�ria, caracterizado por comprometimento da capacidade para adquirir ou evocar informa��es recentes, com sintomas que incluem: repeti��o das mesmas perguntas ou assuntos, esquecimento de eventos, compromissos ou do lugar onde guardou seus pertences;
3.2. Fun��es executivas, caracterizado por comprometimento do racioc�nio, da realiza��o de tarefas complexas e do julgamento, com sintomas tais como: compreens�o pobre de situa��es de risco, redu��o da capacidade para cuidar das finan�as, de tomar decis�es e de planejar atividades complexas ou sequenciais;
3.3. Habilidades visuais-espaciais, com sintomas que incluem: incapacidade de reconhecer faces ou objetos comuns, encontrar objetos no campo visual, dificuldade para manusear utens�lios, para vestir-se, n�o explic�veis por defici�ncia visual ou motora;
3.4. Linguagem (express�o, compreens�o, leitura e escrita), com sintomas que incluem: dificuldade para encontrar e/ou compreender palavras, erros ao falar e escrever, com trocas de palavras ou fonemas, n�o explic�veis por d�ficit sensorial ou motor;
3.5. Personalidade ou comportamento, com sintomas que incluem altera��es do humor (labilidade, flutua��es incaracter�sticas), agita��o, apatia, desinteresse, isolamento social, perda de empatia, desinibi��o, comportamentos obsessivos, compulsivos ou socialmente inaceit�veis.
II. Dem�ncia da doen�a de Alzheimer: crit�rios cl�nicos centrais
1. Dem�ncia da doen�a de Alzheimer prov�vel (modificado de McKhann et al., 2011)
Preenche crit�rios para dem�ncia e tem adicionalmente as seguintes caracter�sticas:
1.1. In�cio insidioso (meses ou anos).
1.2. Hist�ria clara ou observa��o de piora cognitiva.
1.3. D�ficits cognitivos iniciais e mais proeminentes em uma das seguintes categorias:
? Apresenta��o amn�stica (deve haver outro dom�nio afetado).
? Apresenta��o n�o-amn�stica (deve haver outro dom�nio afetado).
? Linguagem (lembran�as de palavras).
? Visual-espacial (cogni��o espacial, agnosia para objetos ou faces, simultaneoagnosia, e alexia).
? Fun��es executivas (altera��o do racioc�nio, julgamento e solu��o de problemas).
1.4. Tomografia ou, preferencialmente, resson�ncia magn�tica do cr�nio deve ser realizada para excluir outras possibilidades diagn�sticas ou co-morbidades, principalmente a doen�a vascular cerebral.
1.5. O diagn�stico de dem�ncia da DA prov�vel n�o deve ser aplicado quando houver:
- Evid�ncia de doen�a cerebrovascular importante definida por hist�ria de AVC temporalmente relacionada ao in�cio ou piora do comprometimento cognitivo; ou presen�a de infartos m�ltiplos ou extensos; ou les�es acentuadas na subst�ncia branca evidenciadas por exames de neuroimagem; ou
- Caracter�sticas centrais de dem�ncia com corpos de Lewy (alucina��es visuais, parkinsonismo e flutua��o cognitiva); ou
- Caracter�sticas proeminentes da varia��o comportamental da dem�ncia frontotemporal (hiperoralidade, hipersexualidade, persevera��o); ou
- Caracter�sticas proeminentes de afasia progressiva prim�ria manifestando-se como a variante sem�ntica (tamb�m chamada dem�ncia sem�ntica, com discurso fluente, anomia e dificuldades de mem�ria sem�ntica) ou como a variante n�o-fluente, com agramatismo importante; ou
- Evid�ncia de outra doen�a concomitante e ativa, neurol�gica ou n�o-neurol�gica, ou de uso de medica��o que pode ter efeito substancial sobre a cogni��o.
Os seguintes itens, quando presentes, aumentam o grau de confiabilidade do diagn�stico cl�nico da dem�ncia da DA prov�vel:
� Evid�ncia de decl�nio cognitivo progressivo, constatado em avalia��es sucessivas;
� Comprova��o da presen�a de muta��o gen�tica causadora de DA (genes da APP e presenilinas 1 e 2);
� Positividade de biomarcadores que reflitam o processo patog�nico da DA (marcadores moleculares atrav�s de PET ou l�quor; ou neuroimagem estrutural e funcional).
A ocorr�ncia do item �a� confirma a exist�ncia de um mecanismo degenerativo, apesar de n�o ser espec�fico da DA.
III. Diagn�stico de comprometimento cognitivo leve (CCL) devido � doen�a de Alzheimer (modificado de Albert et al., 2011)
Existem dois conjuntos de crit�rios que podem ser utilizados para o diagn�stico de CCL devido � DA.
1. Crit�rios cl�nicos centrais: para uso na pr�tica cl�nica, sem a necessidade de testes ou procedimentos altamente especializados.
2. Crit�rios de pesquisa cl�nica: que incorporam informa��es obtidas a partir do uso de biomarcadores e s�o destinados sobretudo para contextos de pesquisa, centros especializados e ensaios cl�nicos.
1. Crit�rios cl�nicos centrais
1.1. CARACTER�STICAS CL�NICAS E COGNITIVAS
- Queixa de altera��o cognitiva relatada pelo paciente, informante pr�ximo ou profissional.
- Evid�ncia de comprometimento em um ou mais dom�nios cognitivos tipicamente incluindo a mem�ria, obtida atrav�s de avalia��o que compreenda os seguintes dom�nios cognitivos: mem�ria, fun��o executiva, linguagem e habilidades visuais-espaciais; ou exame neuropsicol�gico.
- Preserva��o da independ�ncia nas atividades funcionais. Pode haver problemas leves para executar tarefas complexas anteriormente habituais, tais como pagar contas, preparar uma refei��o ou fazer compras. O paciente pode demorar mais, ser menos eficiente e cometer mais erros ao executar essas atividades. No entanto, ainda � capaz de manter sua independ�ncia com m�nima assist�ncia.
- N�o preenche crit�rios para dem�ncia.
1.2. ETIOLOGIA COMPAT�VEL COM DA
- Descartar outras doen�as sist�micas ou neurol�gicas que poderiam ser respons�veis pelo decl�nio cognitivo.
- Evid�ncia de decl�nio longitudinal da cogni��o compat�vel com evolu��o natural da DA, quando poss�vel.
- Hist�ria consistente com DA familial.
Fonte: Frota NAF, Nitrini R, Damasceno BP, et al. Criteria for the diagnosis of Alzheimer�s disease. Dementia & Neuropsychologia 2011;5(4):146-152.
Instituto de Memória - Núcleo de Envelhecimento Cerebral / NUDEC Rua Napoleão de Barros, 618. Vila Clementino. CEP 04024-002 / São Paulo – SP T. 5576-4848 Ramal 2085 |
![]() |
WebSite Desenvolvido por: BemStar.com.br e SiteCommerce.net Definições de cookies |