Dicas para o cuidador

Doença de Alzheimer: facilitando o dia-a-dia do portador e do cuidador


Situações de risco

Para garantir a tranquilidade e principalmente a segurança do paciente confuso, é preciso que sejam colocadas telas de proteção nas janelas, especialmente nos ambientes de apartamentos localizados em andares altos. Se necessário, use como argumento a “presença de insetos” no ambiente.



É possível levá-lo ao supermercado, desde que para pequenas compras. Nunca deixe que ele pegue algo em uma prateleira enquanto você vai a outro setor, não o deixe só. Evite cansá-lo, não o deixe carregar sacolas, empurrar carrinhos, etc. Lembre-se, o paciente pode estar confuso, desorientado, e por isso, ficar alterado. Todas as atividades precisam ser supervisionadas.




Caso o paciente esteja apresentando um comportamento desinibido, com palavras e atitudes maldosas, evite levá-lo a passear por locais movimentados ou frequentados por estranhos. Lembrese, muitas vezes o paciente aparentemente não está doente, e para quem desconhece o que está acontecendo com ele, uma palavra ou gestos inadequados podem gerar reações violentas naquele que se sentiu ofendido ou desrespeitado, trazendo conseqüências bastante nocivas para o paciente.

Caminhadas regulares costumam ser prazerosas e propiciar um condicionamento físico bastante satisfatório. Porém, antes de iniciar qualquer atividade física, é necessária uma avaliação médica, para que seja determinado o tipo e o tempo gasto com cada atividade. Isto varia de pessoa a pessoa. Além disso, recomenda-se fazer sempre uma refeição leve antes da atividade. Levar água.


Os horários de refeições podem ser extremamente prazerosos para todos que convivem com o paciente. Acompanhe-o durante as refeições, sente-se à mesa com ele, inicie uma conversa simples, bem humorada. Evite que as medicações fiquem visíveis sobre a mesa. Após a refeição, ofereça o medicamento que já foi previamente separado por você. Supervisione sempre, tenha certeza de que a medicação foi ingerida.


Medicamentos e produtos tóxicos devem ser acondicionados em locais inacessíveis ao paciente. Alguns cuidados, porém, devem ser tomados. Os armários devem ser fechados, possuir ventilação, e as chaves devem igualmente ser inacessíveis ao paciente. Acidentes podem acontecer, e é preciso que o cuidador esteja atento para evitá-los. Você já deve ter percebido que as medidas que o auxiliam a prevenir acidentes são muito simples e fáceis de serem colocadas em prática.



A situação exemplificada pela figura ao lado é bastante comum entre idosos. É preciso levar em consideração que as avaliações médica, oftalmológica e odontológica fazem parte do contexto dos cuidados que deve ser dispensado a pessoa idosa com ou sem Demência. As próteses dentárias mal adaptadas costumam ficar frouxas na boca, o que dificulta a mastigação, deglutição e a comunicação. Além disso, podem causar para o paciente e sua família uma situação de grande constrangimento e lesões na mucosa oral ocasionando dor. Providencie para que o paciente visite o dentista uma vez por ano.

Nas fases iniciais da doença, os déficits com as atividades profissionais podem estar presentes. Pacientes que aparentemente são independentes para continuar exercendo suas atividades no trabalho costumam cometer falhas importantes, especialmente aquelas que envolvem finanças, documentação, etc. Sempre que possível, dê ao paciente a sensação de que ele continua exercendo suas atividades no trabalho com a mesma eficiência de antes. Isto é possível permitindo que ele execute sua atividade normalmente, mas que seu trabalho, sem que ele saiba, seja avaliado por outra pessoa, e se necessário refeito.


Adaptar o ambiente pode, às vezes, ser fundamental para manter a segurança pessoal e evitar acidentes como os representados pelas figuras. Tente manter o ambiente o menos poluído possível. Evite muitas peças de mobiliário, como por exemplo, mesas de centro, objetos de decoração espalhados, tapetes soltos, animais de estimação nas áreas de circulação do paciente, etc. Procure manter boa iluminação e peças na decoração que sejam familiares ao paciente, isto permite que não haja uma descaracterização do ambiente, o que o tornaria estranho. Muitos acidentes ocorrem devido a um simples tropeço, e caso haja uma queda, é importante que você busque ajuda, não levante o paciente do chão sem ter certeza de que não houve nenhuma fratura.

Os perigos que uma escada pode representar para um idoso com Demência são ilustrados ao lado. Porém, não se assuste, lembre-se de que o objetivo aqui é prevenir acidentes, e que algumas adaptações muito simples podem permitir maior segurança, especialmente entre aqueles pacientes que perambulam. Para manter a segurança é preciso que você dificulte o acesso do paciente às escadas, desencorajando-o assim a subir e descer desnecessariamente. Instale portões nos dois acessos, superiores e inferiores; mantenha iluminação adequada e se a escada for carpetada, certifique-se de que o carpete esteja bem preso e sem rugas; instale nos degraus faixas adesivas antiderrapantes coloridas e facilmente visíveis, e corrimões nos dois lados da escada.

A partir do momento do diagnóstico de Demência, é conveniente que todas as atividades desenvolvidas pelo paciente sejam supervisionadas. Especialmente as atividades instrumentais, que são aquelas que envolvem capacidade de planejamento e execução de uma tarefa mais complexa, podem estar comprometidas, e o que acontece é um verdadeiro desastre. Os eletrodomésticos, utensílios de cozinha, alimentos perecíveis, podem se constituir em diferentes perigos para o paciente, como por exemplo, incêndios, intoxicações, queimaduras, inundações, quedas, fraturas, ferimentos cortantes, entre outros. Não deixe que o paciente trabalhe sozinho na cozinha, oriente (enquanto possível), supervisione, auxilie.

Faça sempre um reforço positivo, elogie-o com frases do tipo “Olhe como você ficou bem, barbeado. O que você acha?” ou “Esta roupa ficou muito linda em você”. Prefira usar, sempre que possível barbeador elétrico, as lâminas podem causar acidentes e neste caso, é necessária sua supervisão direta. Mesmo que haja no ambiente certa desorganização dos objetos utilizados pelo paciente, evite comentários. Posteriormente, guarde tudo nos locais apropriados.

Explique ao paciente antecipadamente que você o levará ao médico para uma avaliação da sua saúde. Faça isso usando palavras calmas, em tom de voz baixo e suave, tente tranquilizá-lo. Evite palavras com tom ameaçador como: “Se você não for ao médico, eu...”; Prefira: “Quando sairmos do consultório médico, nós vamos à casa de...”; ou qualquer outra atividade que você sabe, será bem vinda pelo paciente. É importante que embora você tenha tempo apenas para um pequeno passeio, cumpra a promessa.

Procure, na medida do possível, frequentar ambulatórios médicos ou consultórios especializados no atendimento ao portador de Demência e sua família. Os profissionais que atendem neste locais e os outros familiares que lá estão são conhecedores das alterações apresentadas no curso das Demências, e, portanto, como bem ilustrado pela figura ao lado, o paciente não será repreendido pelo seu comportamento e você não se sentirá constrangido (a). Lembre-se, o paciente que perambula precisa de espaço livre e seguro para caminhar.


< Anterior        Próximo >

Retornar ao Índice

Instituto de Memória - Núcleo de Envelhecimento Cerebral / NUDEC
Rua Napoleão de Barros, 618. Vila Clementino.
CEP 04024-002 / São Paulo – SP
T. 5576-4848 Ramal 2085
Logo Apsen WebSite Desenvolvido por:
BemStar.com.br e SiteCommerce.net

Definições de cookies