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Alzheimer

Alzheimer

Quadro Clínico

COGNIÇÃO

O comprometimento cognitivo ocorre principalmente em memória, linguagem, gnosias, praxias e funções executivas. Todos podem ser evidenciados através de testes objetivos neuropsicológicos, que além de servirem para diagnóstico, são úteis na evolução da doença de Alzheimer, uma vez que o curso da doença é, em média, de dez anos de evolução. A memória está comprometida precocemente, na forma de déficit de aprendizado de novas informações, através da chamada memória episódica. Ou seja, o aprendizado de eventos e de pessoas está prejudicado. Outra marca da doença de Alzheimer é a dificuldade que o indivíduo tem em resolver problemas do dia-a-dia e de planejar atividades corretamente (secundárias ao déficit de aprendizado de novas informações). O déficit em evocar relatos de fatos e eventos, principalmente os adquiridos mais recentemente, também está presente, sendo proporcional ao prejuízo de aprendizado episódico, e pode ser percebido pela dificuldade dos pacientes em reconhecer locais e a relação das pessoas e objetos com esses locais. Isso explica a confusão, precocemente notada nos indivíduos, quando têm de enfrentar mudanças rápidas de cena e locais. A linguagem na doença de Alzheimer também está precocemente acometida, podendo ser notada na dificuldade em nomear objetos, análise de discurso, vocabulário, capacidade descritiva, e compreensão de leitura. A fala pode se tornar um pouco lenta, podendo haver perseveração, repetição de palavras e frases fora de contexto. Nas demais áreas cognitivas as funções visuoespaciais estão comprometidas no curso da doença, com pacientes se perdendo, tendo desorientação espacial e com dificuldade em manusear aparelhos complexos. As funções executivas podem estar comprometidas, o que parece ocorrer em estágios iniciais da doença.

COMPORTAMENTO

As alterações de comportamento constituem um grande problema na doença de Alzheimer, porém frequentemente são ignorados; muito embora produzam mais ansiedade nos cuidadores e causam muito mais institucionalização dos pacientes do que os déficits cognitivos. As alterações de comportamento variam desde uma progressiva passividade até uma marcante hostilidade e agressividade, podendo surgir antes das dificuldades cognitivas na evolução da doença. Os delírios, comumente os delírios paranóides, afetam cerca de 50% dos pacientes com Alzheimer, levando os pacientes a acusações de roubo, infidelidade conjugal e perseguição. Muitos dos pacientes com Alzheimer desenvolvem perturbações do ciclo sono-vigília, alteração na alimentação (voracidade ou anorexia) e mudanças no comportamento sexual (desinibição). Resumidamente, podemos incluir os distúrbios de comportamento na doença de Alzheimer em sete categorias maiores:

? Sintomas de delírios e/ou paranóides;
? Alucinações;
? Distúrbios de atividade;
? Agressividade;
? Distúrbios de ritmo (sono) diurno;
? Distúrbios afetivos;
? Ansiedade e fobias.

Esses sintomas, muito embora sejam característicos do Alzheimer, não estão presentes em todos os pacientes, mesmo na progressão da doença. Todas as categorias de distúrbios de comportamento, quando presentes, atingem um pico de ocorrência e magnitude antes do estágio grave da doença. O tratamento do Alzheimer envolve o controle destes sintomas de alteração de comportamento. Podemos dispor do uso de antipsicóticos para os delírios e alucinações, uso de antidepressivos para os quadros depressivos, incluindo-se os inibidores seletivos de recaptação da serotonina, e os distúrbios de ciclo- sono-vigília com indutores de sono ou outras drogas associadas.

Atividades de vida diária
Os pacientes com Alzheimer apresentam uma progressiva deterioração em suas capacidades para desenvolver suas atividades da vida diária (AVDs). A perda progressiva dessas funções repercute na qualidade de vida do paciente e de seus cuidadores. Essas perdas parecem ocorrer de forma hierárquica, ou seja, das mais complexas para as mais simples. As perdas funcionais podem estar relacionadas com os déficits que ocorrem na esfera cognitiva, pelo comprometimento que atinge a percepção, funções executivas e o comportamento. Uma descrição deste declínio pode ser útil no acompanhamento da gravidade da doença e no planejamento dos cuidados. Vários questionários funcionais estruturados estão disponíveis na literatura, porém, para a escolha de um em particular, deve ser levado em consideração o propósito dessa escolha, a praticidade, além das funções psicométricas desse instrumento. A avaliação das AVDs é essencial para se obter um diagnóstico preciso do nível de autonomia desse paciente.


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